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Pinheiral dos Malucelli promoverá Grande Festa no próximo dia (23) em louvor a São José Operário


No próximo dia 23 de abril a localidade de Pinheiral dos Malucelli promoverá sua grandiosa festa em louvor a São José Operário.

As festividades iniciam as 6h com alvorada festiva as 10h Santa Missa, as 12h almoço com churrasco e as 13h início do bingo e leilão.

Animação será com Grupo Trio da Terra.


Confira um pouco da história da comunidade de Pinheiral dos Malucelli segundo informações retiradas do blog a seguir:


"Não podemos falar da história de Pinheiral de Baixo sem mencionarmos a antiga “Serraria dos Malucelli”.

Chiquita Farias e Raimundo Osório foram os primeiros donos daquela imensa área, coberta por matas nativas e pinheiros seculares. Em 1930 os irmãos Malucelli – Marcos, Vicente, Emílio e Benjamim.– comerciantes de madeira vindos de Três Morros, adquiriram aquelas terras e instalaram ali uma serraria.

Com a abundância de matéria-prima, a serraria tornou-se muito próspera. Ao seu redor surgiu uma vila e para atender as necessidades do povoado que crescia, ali construíram uma igreja, um clube, uma escolinha e um armazém de “secos e molhados”. Durante muitos anos a Serraria foi o centro de todos os acontecimentos da comunidade.

A paralisação das atividades extrativistas em 1960, motivadas pela escassez das árvores, causou um grande impacto em todos os habitantes e trabalhadores do Pinheiral. A população que dependia daquele trabalho espalhou-se. A Serraria transformou-se em lembranças, doces ou amargas...

No ano 2000, através do Projeto Brasil 500 anos desenvolvido pela Escola Municipal Pedro Gross Filho, a professora Vilma Czelusniak Freitas e a então professora Elizete Gross, convidaram o Sr. Reni Malucelli para vir até a escola contar aos nossos alunos como tudo aconteceu.

Devido ao esgotamento da matéria-prima (pinheiro) em Três Morros, a serraria da família Malucelli mudou-se para Pinheiral de Baixo em 1930, sendo Baptista Malucelli o seu fundador. Aqui compraram as terras da família Faria Machado, mais precisamente de Francisca, e montaram a serraria para explorar o pinheiro, árvore nativa e abundante na região. Tudo aqui era floresta. As árvores eram derrubadas com serras traçadeiras (manuais), deixando livre o espaço para a construção da serraria. No início vieram trabalhar cerca de 10 homens sendo que os mesmos ficaram alojados em um pavilhão.

Com o início da atividade extrativista criaram a marca MAVIEMBE, que nada mais é que as iniciais dos nomes dos quatros irmãos proprietários – Marcos, Vicente, Emílio e Benjamim Malucelli, segundo a ordem cronológica dos mesmos.

Em 1933 a firma sofreu um incêndio (causa desconhecida) e precisou pedir ajuda a outras empresas para conseguir se reerguer. O transporte de mercadorias e madeira era feito pelos carroções puxados por 8 animais. Com o passar dos anos a empresa dos irmãos tornou-se muito próspera. Possuíam 5 serraria espalhadas na região (Poço Grande, Queimadas, São João do Triunfo, Vitorinópolis). Chegaram exportar seus produtos para Inglaterra e Dinamarca.

O número de empregados era grande. Aproximava-se de 60 as casas construídas para abrigar as famílias dos trabalhadores. Para atender as necessidades da população que ali vivia, foi construído um clube para realização de bailes e outros festejos. Pessoas da comunidade e das redondezas tocavam gaitas, clarinete, pandeiro e outros instrumentos, tudo era muito animado. Aos domingos, ou em dias de chuva, jogavam baralho, bocha, pingue-pongue. Grandes festas aconteciam também no entorno da capela, cujo padroeiro era São José (escolhido por ser um santo que em vida trabalhou como marceneiro). Conta-se que nessas festas reuniam-se pessoas de todas as comunidades vizinhas além de pessoas ilustres da cidade.

A escola que existiu também foi criada pela firma. A professora chamava-se Alice (?) e havia aproximadamente 40 estudantes, filhos dos empregados e também alunos de Pinheiral de Baixo.

No armazém de “secos e molhados” existia de tudo, desde alimentos até tecidos que eram comercializados com todos os moradores da região. Quem não tinha dinheiro para comprar alguma mercadoria, fazia o negócio na base da troca, ou seja, fornecia algum produto agrícola ou pecuário e em troca levava sal, açúcar refinado, tecido, entre outros...

Na época existia o Ford 29 que estava à disposição para qualquer emergência relacionada à saúde como acidentes e partos complicados. Essas pessoas eram levadas até Palmeira pela mesma estrada que usamos hoje (acesso pela Mandaçaia). Na época essa estrada era conservada pela firma, pois o então prefeito Benjamim Malucelli não fazia a manutenção da mesma para que não “falassem” que ele “puxava” pra família.

Por volta de 1935 surgiu o time do Pinheiral Esporte Clube. Em 1938 foram os campeões em Ponta Grossa e em 1939 perderam a final da “Taça Paraná” para o Coritiba, num placar de 10 x 0. O motivo da goleada foi a equipe passar a noite fora do hotel, pois com a ressaca adquirida não tiveram condições e defender o estimado time.

A firma permaneceu aqui durante décadas e, segundo o Sr. Reni, nunca se pensou em reflorestamento porque na época existia o INP – Instituto Nacional do Pinho, governamental, que controlava a quantidade de Pinheiro cortado. Eles eram os responsáveis pelo reflorestamento, pois a firma contribuía com uma porcentagem para cada metro cúbico de madeira cortada.

Quando acabou a madeira, a firma “juntou seus pertences” e mudou-se para Palmeira. Além da escassez da matéria–prima, houve falta de entrosamento entre os familiares e falhas administrativas. Esses fatores provocaram a falência da firma.

Em 1998, em parte das terras que pertenciam aos Malucelli, foram assentadas pelo INCRA, 14 famílias do MST. O restante foi leiloado recentemente.

Atualmente, na região em que existiu a serraria e as matas, há o predomínio das plantações de soja e o reflorestamento com as espécies exóticas pinus e eucaliptos.



Contam os "antigos" que no dia 21/06/1940, foi realizada a última missa na igrejinha da serraria. Já no dia seguinte, ela foi desmanchada e trazida para nossa comunidade por João Costa Filho ( Janguinho) e remontada com o mesmo modelo no terreno de João Costa Filho.

Atual Igreja do Pinheiral dos Malucelli.

Propriedade que pertenceu a Vicente Kovalski.

Tanque que abastecia as caldeiras da antiga serraria dos Malucelli.


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